domingo, 28 de fevereiro de 2010

Depois do Café



Há poucos minutos atrás eu estava dando. Afinal, também sou filha de Deus. E, como toda boa moça, também mereço ter meus bons momentos de fornicação.
Enquanto Wagner toma banho, vim aqui tentar em breves linhas relatar esse nosso devaneio de minutos atrás.
Fazia um tempo que não nos víamos. Dois meses. Não sei como, nem o motivo de termos nos distanciado, muito menos como nos reaproximamos. Só me lembro que, depois destas semanas de distanciamento físico, meu celular tocou e escutei sua voz; uma voz mais rouca que o normal, mais compassada e desacelerada.
Sempre tivemos boas conversas, bons momentos e plena sintonia sexual.
Foi justamente esta sintonia presente em diversas vertentes que nos levou até um encontro – inicialmente – bem casual de amigos.
Era meio de tarde e fomos a um Café que reservava um espaço para a exposição de fotografias de um famoso artista local. Nos envolvemos tanto com a apreciação das obras, com o contar dos últimos acontecimentos, com o relato de nossos antigos risos, que nem percebemos a noite chegando. Foi somente ao sair do Café que também nos demos conta que uma chuva torrencial tinha dominado a paisagem.
Saímos na chuva.
Tivemos uma sensação enorme de liberdade – porque não dizer de libertinagem. Chegamos ao atual apartamento de Wagner tão encharcados, entusiasmados e próximos que para o início de nosso beijo e encaixe de nossos corpos não demorou muito.
Nosso enrosco começou na própria escada.
Já entrelaçados, ele disse com aquele velho tom autoritário e carinhoso que eu sempre gostei:
“Quero você aqui”.
Me virou de costas, apoiou minhas mãos na parede, fechou minhas pernas e entrou em mim.
Me comeu com uma pressão tão doce, com mordidas tão suaves, deixou marcas tão delicadas em meu corpo que me deu até vontade de adormecer aqui entre os lençóis manchados dele. E, no meio da madrugada, lhe fazer um agrado e acordá-lo com as carícias de meus dedos e com as “boas” intenções da minha língua.





Fotos com link direto

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Sobre o inesquecível movimento do arregaçar

Mulher vaidosa tem flor no cabelo e espelho nos olhos, tem um prato de delícia pra dar pra quem pede (e pra oferecer pra quem quer)... Tânia sapeca, muleca, menina linda dos fios negros na nuca. Tinha a meia altura de um gingado gostoso, a medida da anca larga e jeitosa, o volume do peitinho pontudo e durinho, e a cintura então? ah, que delícia! Fosse eu chegar perto ela dizia: me come. Adorava aquelas tardes de estripulia na casa velha, ela pelada-suada correndo de mim pra minha pica virar pinto, depois apalpando de leve meu pinto pra virar pica; e quando duro adorava trepar e pular e gozar comigo. Principalmente em cima da pia: a bunda gelada do mármore dava uma nota diversa: é que contrastava e evidenciava ainda mais o prazer quente daquela flor molhada no meio das pernas, derretendo de tesão, como ela dizia. Me come de pé, me come no sofá, me come na mesa, me come de ponta cabeça na parede, me come no chão ao avesso de qualquer vontade! Meu joelho ralava, minhas costas ardiam, meu cacete rasgava, e assim ia. Agora, disse ela um dia, de repente, quando parou de de lutar comigo, me enfia aqui: levantou do chão, foi até o sofá, passou dois, três dedos da mão na boca, lambeu, deixou bem molhadinhos - a cada instante me olhava com uma cara de safada-muleca que só ela tinha - se debruçou no móvel, virou de costas, abriu bem a bundinha e molhou o cú com os dedos cheios de cuspe. Ah, que delícia! Que cena não!? Nunca vou esquecer. Esqueci como conheci Tânia, esqueci como deixei Tânia, esqueci como vivi com Tânia, achei inclusive que havia me esquecido de Tânia. Mas não. Nunca vou esquecer a mulher da flor no cabelo, da nuca suada, do cuzinho mais gostoso que jamais comi! Mesmo eu lá, fundo naquele cu, algoz daquele martírio, ela continuava: me coma, me coma, me coma...!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

A metamorfose constante das aparências

Havia uma metamorfose constante das aparências em Donatella. Donatella que todos sempre disseram ser meu espelho feminino. Deu por tempos a entender que me queria não querendo, que me possuía sem pertencimentos, que gozava no meu pau com gosto de pau qualquer um. E a cada dia ela inventava um fetiche novo só pra desmerecer os dotes que eu adquiria pra satisfazê-la. Ela queria de quatro, eu aprendia a ser o mestre de quatro, ela queria de conchinha, eu procurava frenético as melhores dicas e imagens de conchinha na internet (aprendi até a levar dedo no cú por ela!) Mas logo ela enjoava e intentava outras coisas. Donatella... A imagem espelho com quem aprendi a fazer 'o exatamente igual'. Aprendi, repeti, re-aprendi, reproduzi, imitando as metamorfoses da aparência daquela mulher; até que ela me amasse!!! Depois joguei fora. Mas não pela falta de amor. Sempre amei Donatella. Mas minha imagem superou a dela de tal maneira que as bordas de meu espelho inundaram e transbordaram um excêntrico "a-mais" de mim. Ela não me suportou. Hoje cuspo no reflexo de Donatella e tento polí-lo. Pra aprender com os cacos que sobraram. Vai que, eu aqui, antes espelho dela, me torno um pouco menos reflexo pra outros... Seres, sexos, corpos...



As imagens são todas links direitos para os autores

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Boquetinho de portão...(Ela não tem dó)

Tarde de um sábado qualquer...
Telefone toca.

-Você sumiu.
-Por que não responde minhas mensagens?
- Cansei! Confesso que também é um charminho feminino.
- Está em casa?
- Sim.
- Vem aqui na frente.
- Tá bom. Vou só te dar um oi. Sem passar do muro.
- Estou aqui na frente já.

Desligo e subo as escadas. Atravesso a garagem. Subo o muro.
Ele já espera.

- Oi!
- Oi. Vai ficar aí em cima mesmo?
- Aham. Vou ficar te olhando daqui.
- Mas, assim eu não posso te tocar.

Desço até lá. Abraço. Desvio os olhos – um sincero ato de timidez.
Daniel encosta minhas costas na caminhonete. Desliza suavemente a barba pelo meu rosto, pescoço e colo.

- Tem gente passando. Você tem que ficar agachada.
- A gente não se controla.
- Nem um pouco.
- Aaaaaaaaaaah.
- Isso.
- Gostosa!
- Muito gostosa!
- Tem gente passando?
- Hã?
- Tem gente passando?
- Não!
- Aaaaaaai!
- Posso morder aqui?
- Pode. Eu gosto quando você me marca.
- Não pára.
- Chegou alguém?
- Não. Continua.
- Segura meu cabelo.
- Ah- ah-aaaaaaah....Gostosa!

Rubor, saliva, suor e respirações aceleradas.

- Branca quer entrar?
- Não. Hoje eu não posso.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Diz a pesquisa...

Desculpa ae galera, não resisti.
(kkk)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Meio centímetro abaixo do grelinho

"...é bem naquele lugar, mas é mais pra baixo um pouco, abre assim com os dois dedos da mão a xoxotinha, bem de vagarinho, lambe com a ponta da língua e depois passa ela inteira. Não! Já falei! Não é bem no grelinho. É um meio centímetro mais pra baixo, com a bucetinha bem aberta só com dois dedos da mão (a outra mão fica massageando o cuzinho se ela gostar). Aí é assim: se for só a pontinha da língua, tem que fazer bem rapidinho, se for com a língua inteira (que eu gosto mais) tem que esfregar com gosto, chupar bem forte e depois lamber os beiços como se tivesse beijando a boca com um carinho de neném"
Eu? Não. Joana. Ela que me disse isso. Uma negra linda, cabeluda, cheirosa (cheirava a sexo vinte e três horas e meia por dia), tesão de mulher. Pena (vocês já devem ter descoberto) que era lésbica. Pena pra mim. Não pra ela nem pra humanidade. Depois que descobri, depois de meses dando em cima da Joana, até gostei da idéia. Nossos papos iam do meu delírio pornográfico à luxúria daquela negra! Gostosa! Quando ela comeu pela primeira vez a Gabi, veio correndo me contar: "Ai... É assim, assim, assado, toda molhadinha, uma delícia de buceta, uma pérola rosadinha aquele cú". Da segunda vez me disse, como se tivesse escapado, onde iria comer a Gabi. "cê quer que eu vá?" perguntei na hora, a Joana só riu. "tem um quarto, tem uma janela..." foi tudo que ela disse... Ah! Além de: "mas nem pense! Você sabe que o-d-e-i-o pica".
Dava pra ver muito bem. Era mesmo assim. Gostosa demais aquela safadinha da Gabi (olhinho verde, bundinha empinada, peitinho pequeno mas gostoso, barriginha perfeita com aquelas entradinhas na lateral, tesão, e um cuzinho realmente rosinha e perfeito. Delícia!) Gabi barriga pra cima, pernas abertas, revirando a cabeça e volta e meia olhando na direção da janela que eu estava: Joana, dois dedinhos na bucetinha da outra, outros dois no cú, um ato na posição exata que nega o grelinho só pra atiçar a parceira, alternava ponta da língua com língua inteira (que nem na aula que me deu), chupava vez ou outra os beiços da Gabi, levantava, beijava, voltava ao trabalho. Putaqueopario! O que me matava mais ainda era o cú empinado daquela negra cheirosa, piscando, rebolando, suado. Ah diacho!!
No limite do sexo aquela imposição: que se foda eu não participar. Foi a melhor punheta da minha vida!

Ah! Não deixem de conferir, aqui no ROCHASUAVE 
um post inteirinho sobre sexo oral. Vale a pena! Abraço moçada!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

“Todo homem que vacila... A mulher passa pra trás”


Conheci Joshua em uma tarde qualquer. Lembro que veio me pedir informação.

Ele não chamava a atenção facilmente, mas eu gostei de sua postura meio interiorana, daquele texto pronto que ele tentava disfarçar, até da imperfeição e assimetria de seu rosto eu lembro que gostei.

Depois do inesperado encontro, comecei a ver Joshua com freqüência. O crescente aumento da proximidade, intimidade e até de afeto motivou o início de um relacionamento.

Posso declarar com plena convicção: “Joshua sabia me foder”.

Com Joshua, o sexo era intenso e com um adicional importantíssimo: ele, assim como eu, adorava lugares inusitados.

Lembro que poucos dias depois de me conhecer, em frente ao portão de minha casa, ele sussurrou em meu ouvido:

“Fica de quatro pra mim”.

Nossa primeira posição foi essa.

Eu me sentia plena, saciada, invadida por todos os orifícios de meu corpo, gozar com ele era constante. O sexo era explícito. Mas, a quantidade era pouca e foi ficando cada vez mais escassa. Eu já estava bem mal acostumada e carente. Eis que um amigo do casal percebeu toda minha fragilidade de namoradinha sem atenção e se aproximou.

Fernando era o melhor amigo de Joshua. Amigo de infância. Por isso era normal Fernando sempre estar conosco.

...

Fernando era todo bonito: olhos azuis, cabelos escuros, esportista. Dono de um bom humor espetacular. Tinha lapsos de carência também. Acho que foi isso que nos aproximou.

Ao contrário de mim, Fernando não namorava. Flertava com muitas, mas não se prendia a nenhuma. Em um fim de tarde, falávamos justamente sobre isso quando percebi que ele não prestava atenção em minhas palavras, olhava fixamente para minha boca, mas não assimilava nada do que ela dizia. Em seguida, tocou de leve meu rosto e se aproximou. Sua respiração no meu ouvido me deixou sem movimento, era uma espécie de êxtase. Afinal, somos atraídos pelo que é proibido, com o proibido sentimos um prazer todo peculiar.

Nem nos olhávamos direito nesse momento. Apenas seguíamos um o ritmo do corpo do outro.

Aos poucos percebi que nossas trocas de olhares não eram apenas amigáveis, que nossas semelhanças e afinidades iam além do círculo social e se escancaram na horizontal.

...

Lembrei agora de uma crônica de Arnaldo Jabor: (Quem não dá assistência, abre concorrência), onde ele diz sabidamente:


“Sabe aquele bonitão que, você sabe, sairia com a sua mulher a qualquer hora. Bem... de repente a recíproca também pode ser verdadeira. Basta ela, só por um segundo, achar que você merece...Quando você reparar... já foi”.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Jogo de dois

Eram orgias aquelas músicas. Pâmela queria me comer com os olhos enquanto dançava. Nunca gostei realmente dela. Assim, como se gosta uma paixão ou um amor. Pâmela me comia na dança quando rebolava nas minhas coxas, quando deslizava a mão nas minhas costas, quando fazia carinha de safada no giro lateral. Não precisa saber dançar pra imaginar Pâmela girando ao seu lado, puxando de leve o cabelo pra cima, fazendo cara de me pegue e me coma. Por seis meses eu transei com a aparição da Pâmela dançante na minha cama. Comia o passo-doble que ela ensejava, gozava na parada do bolero, deslizava meu pau em suas tetas de um tango rápido, enfiava com força meu tesão no meio de todo aquele forró arrastado e lazarento de gostoso. Quando terminei com Pâmela, ela fez questão de aparecer mais bela do que nunca no meu trabalho, vestida de prateado e azul, cabelos tão bem feitos como se pode fazer: o toque especial da tiara que escorregava pelas madeixas e deixava cair um atentado aos olhos de qualquer um, nunca vou esquecer. Ela que nunca teve um corpo escultural foi a mulher mais linda que jamais vi. O que é tudo isso? Perguntei. Ah, querido, é dia de baile e eu não me aguento sem dançar (sem um par, ela quis dizer...).
Vai. Esfrega essa frase com força na minha cara. Diaba!


As imagens são links diretos para seus autores à excessão da primeira: direitos reservados à DDiarte

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Excessos

O instinto do sexo transcende e sobra. Sim. Isso é obvio. Digo... Além. Há um qualquer a mais nessa caçada desatinada, nessa briga dos membros, nessa... nessa... putaria toda que perseguimos diariamente. Uma breve, breve, experiência dos atos e vemos que apesar da nossa pouca vergonha, apesar de haver muita disposição de todas as partes, é muito pequena a parcela de sexo que gozamos em plenitude. Pergunta aí pro seu visinho se ele come todas as mulheres que queria, ou se pelo menos, toda vez que ele quer ele consegue fazer aquele sexo gosto que “só ele” sabe fazer. Ou pergunta pra tua irmã, sério, pergunta mesmo, se não sobram dedos e chuveirinhos e faltam picas e bolas pra ela gozar. Não. Espera aí. Dá uma olhada em você. Isso. Consumindo esse sexo abstrato, essas imagens tesudas, esses vídeos de putaria, esses textos todos gozados em frente ao PC com o pau (ou a buceta, não sei) na mão... Ah é. Eu faço igual. Todos pensam muito num cú apertadinho, numa buça cheirosa, numa piroca suculenta. Toda hora. Como eu disse: é muita vontade-de-putaria pra pouca arte-de-puta.  Até mesmo na punheta básica, as vezes, é difícil se satisfazer... Tal o nosso vício. Tal a nossa vida... Que fiquem as imagens e o deguste. Sei que são insuficientes. Mas e daí?


Imagem do texto e fotos acima por Insuhyoon.
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Imagens por Abrito.
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Imagem por Bricehardelin.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Penumbra

"Entre os sexos há uma paz de corpos que não se exibe, pois permanece estacionada enquanto os guerreiros configuram seus papéis"
Emanuel foi quem me disse. Numa noite aí. Nunca entendi direito esta frase. Sempre pensei que o sexo fosse guerra, luta dos membros, das conjunções em atrito. Emanuel. Que sempre me pareceu tão sereno em seu jeito de ser, discreto, ao levar as coisas da forma mais ordinária possível, de gozar com os amigos um vinhos. Certa noite (pra falar a verdade há alguns anos) eu voltava pra casa, dobrava uma esquina aqui, outra ali e me deparei com um casal na rua. No escuro (como em todo clichê depravado) me escondi. Lá estavam: se esfregando enquanto eu observava, agachado no mato, olhando com gosto. Mão vai, mão vem, breu de película, eu já de pau duro e os dois dê-lhe amasso. Somente depois de algum tempo fui perceber que eram dois caras. Aí fique mais excitado ainda - pelo meu ingênuo pensar no desconexo da cena: tão perto de casa. Quem seriam? Ah, curiosidade. A gente deseja poder sobre a vida dos outros, saber das coisas pra poder dizer que não e. Um deles virou as costas pro outro, se apoiou na parede escura, abaixou a calça no ponto exato que só serve pra abrir a bunda - e abriu. O outro se afastou um pouco, muito escuro o lugar, se afastou, acho que cuspiu na mão (certeza que sim) e enrabou o outro.
E foi só.
O enrabado? Era Emanuel. Eu havia ido embora logo a festinha começou. Não conseguia enxergar muita coisa e se chegasse mais perto eles iriam perceber. Mas como fui saber que o sujeito era Emanual, ali, no meio daquela escuridão toda? Simples. Ele contou. No mesmo dia que disse a tal frase lá em cima. Emanuel. Um grande amigo que tenho há sei lá quantos anos. Eu, ele e tantos outros no Café MafaldaFalávamos sobre sexo, pornografias, sobre a vida, o quê desse (fiz questão de marcar a frase num guardanapo. Passei a limpo em casa depois):
"O sexo é um felino agourento que apenas busca sua presa. Nós. E não é na matança de seus ratos que ele faz a festa, mas na calmaria que é sentir-se vil, incompleto. Ele a fera, nós a presa, um ato... (daí, o Emanuel parou, olhou bem pra nós, virou goela a baixo o copo de vinho que segurava na mão e disse) ...Entre os sexos há uma paz de corpos que não se exibe, pois permanece estacionada enquanto os guerreiros configuram seus papéis"
Sempre me demorei ponderando essa frase - toda vez que a leio no meu caderninho. Ainda mais por ela ter vindo junto com o relato da tal cena noturna (revelada pelo próprio Emanuel, não se esqueçam). Tenho saudades de alguns tempos. Dos amigos que só vem com esse tipo de tempo. Proveitos da divindade que somos. Ah! Emanuel: um grande abraço pra você, meu velho!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Casanova


Uma biografia de muitas páginas. Pelas suas contas 10 mil. E para cada página, uma mulher:

“Ao contrário do que pensam, não sou eu que as seduzo, sou seduzido.
Não prometo nada, além de um momento que valha a eternidade.
Em cada rosto, olhar, toque e curva uma sensação diferente. Em cada ato uma peculiaridade. Em cada suspiro um lapso de eterno”.

Eu conheci um Casanova.
Ouvia falar. Homens e mulheres clamavam sua virilidade, sua exímia habilidade e desenvoltura sexual. Suas histórias chegaram a mim pela primeira vez quando estava terminando o ensino médio – antigo colegial.
Tais histórias não me prendiam a atenção. Até me causavam espanto. Não queria pensar na junção de sexo, prazer e de coisas que eu desconhecia. Mas, tudo foi se desenvolvendo como um círculo luxurioso e eu estava cercada por este círculo.
Em meio a passos vagos, cheguei ao ponto que, sem saber, iria virar rotina nos próximos dias, meses e anos. Até então, não sabia que novas emoções o lugar iria reservar.
Ele estava na janela.
Aconteceu um monólogo sem importância ou intenções. No momento ele olhava para uma parte do centro da cidade. Fumava. Era Casanova.
Eu com minha vitalidade escondida e minha insensatez desconhecida observava. Seu hálito que continha o ilícito me envolvia de forma surpreendente.
A primeira parte do corpo de Casanova que olhei com atenção foi sua mão sem calos, grandes e macias. Só depois percebi como minha fragilidade física ficava evidente perto de seu 1,90m.
Ali, no terceiro andar, no apartamento 32 da Dr. M. tudo acontecia de acordo com os pensamentos e vontades. Obedecendo o caminhar das mãos, do deslizar dos dedos e lábios.
Eu quis saber o que todas as outras mulheres sentiam quando ele as tratava com violência e carinho, o que elas sentiam quando ele as penetrava, eu quis saber quem era ele.
Ele demonstrava querer adivinhar o que as roupas escondiam. E depois delas, desejou cada detalhe do meu corpo. Era um olhar de admiração, deleite. Nesse momento eu percebi porque ele tinha em sua biografia infinitas mulheres.
Depois do olhar, o toque. Misturava carícia e violência, vontade e cuidado. E foi, justamente, assim que me penetrou pela primeira vez.
Depois de percorrer cada centímetro de mim, ele me colocou de bruços, segurou meus cabelos, me masturbou, mordeu várias vezes meu pescoço e me penetrou.
Lembro que segurei forte o lençol e abafei meu grito no travesseiro.
Nos conhecemos assim.
Menos de 24h depois, eu, novamente, estava no apartamento 32. A partir daí, os carinhos ficaram mais amenos, a intensidade ficou mais explícita. Ele já sussurrava:
“Fica de quatro pra mim, se esfrega no meu caralho”. Quase tive um orgasmo ao ouvi-las pela primeira vez.
Anos depois, continuamos nos encontrando, esporadicamente.
Hoje, sempre conversamos depois do sexo. Falamos sobre suas mulheres. Em cada noite falamos da peculiaridade de uma.
Ao amanhecer, Casanova se deixa seduzir por outras novas mulheres.
Quando anoitece, continua sussurrando pra mim:
“Vem”!
Fotos por Autonoie

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A história de um cadelão...

Quando eu e Lidiane terminamos não foram renegadas as culpas dos dois. Nenhum ocaso é desculpa. E usualmente, como faço com minhas mulheres, continuei a desfrutar da beleza que me agradava de Lidiane. Chamava-a para cafés e fazia-a dançar por meus reflexos, percorria as ruas zelando pela sua beleza, mas sempre distante. Sabe? Aquela distância da posse que dá poder aos homens. Um verdadeiro cadelão. Eu-Ele: que toda mulher demora a desamar: que expulsa e depois cuida: que descarta e depois escuta, que se nega e depois dispõe de tal maneira as palavras ao ponto de fazer qualquer um pensar que isso ainda é amor. Mas há... (vejam bem meus amigos), há um pensamento maior nessa minha cafajestagem toda: a do livre desconhecimento quando Lidiane torna e fala: eu não suporto mais isso, e quando eu respondo: mas você sabia. É uma dor funda a realidade das duas partes: eu e minhas cadelagens, Lidiane e suas omissões. E isso é o que a faz me odiar ainda mais profundamente: ao ponto de ela me querer longe, de ela dizer que qualquer coisa em sua vida deverá mudar pelos signos de minha cafajestagem! Será que Lidiane não percebe? Que  assim só faz provar mais e mais, que posso seduzi-la novamente, que posso quebrar-lhe os ossos novamente, que, desse jeito, seu destino é irrelutavelmente o ócio das minhas vontades...?
Essa carta fiz pra alertar Lidiane: alertá-la sobre meus veios sujos e suas ternuras hipócritas. Espero que ela entenda. Mas é um risco. Sempre é. Porque me jogo a duas hipóteses que se complementam: a de ela me odiar pelo resto dos anos, fazendo provar minha teoria de que fui eu quem a moveu a esse ato; e a de ela decidir que eu mesmo não importo, deixando correr nossas conversas, passeios e danças (o que configuraria  a permanência promíscua desse jogo de desculpas e cadelagens).

...

Qualquer coisa que se encontre aqui é pornográfica. Mas apenas no ponto de transição onde nos encontramos. Tome o que valha nesse desafortunado ócio das auto-satisfações compulsivas.

- Nunca à pedofilia.
- Sexo sempre com segurança.

- Não a qualquer tipo de discriminação e preconceitos.

SEMPRE NOS LIMITES DA LITERATURA E DA PORNOGRAFIA. ESSE JOGO, PARA NÓS, É O QUE DÁ TESÃO...
Aproveitem.