terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Lívia

mulher de tudo menos isto.
Na primeira propriedade sua (o nome) um início de contradições.

Eu olhava praquela pele limpa, praquela sempre superfície (pois nunca gostou de usar roupas exageradas ou maquiagens) e via um fundo vasto, abismo em falta que logo seria preenchido por imagens de sexo. Eu? Nunca me deitei com Lívia, se é o que desejam saber. Nem nunca a beijei, nada. Lívia preenchia-se por sexo, pois era assim e somente então que passava a existir.

Lívia era doce e má, e era bela e forte, e era casta e vil, e era sincera e mística em suas resoluções. Lívia era o chão onde qualquer homem (ou mulher) se queria pisar, chão que em falsetes dobrava quando o mais duro pó de seu firmamento era de um súbito transformado em – pó – assim – simples em seus desarranjos.

Nos momentos ínfimos em que se distraía, porém, Lívia voltava a se fazer oca (nunca vazia! Por favor, por Deus, me entendam!). Oca, pois sentia naquela mulher uma falta impreenchível, uma falta que é permitida a apenas alguns poucos seres: o crescer dentro de si, aprofundar em abismos próprios, o fazer-se neste rito de covas um Eu cada vez mais profundo – e Lívia? Em cada descuido, sem querer ia se tornando imensa: uma (minha) gigantesca imagem de sexo.

Então era isso.
É como a lembro:
Vazio dela dentro em mim, coito nosso nunca firmado.


...

Qualquer coisa que se encontre aqui é pornográfica. Mas apenas no ponto de transição onde nos encontramos. Tome o que valha nesse desafortunado ócio das auto-satisfações compulsivas.

- Nunca à pedofilia.
- Sexo sempre com segurança.

- Não a qualquer tipo de discriminação e preconceitos.

SEMPRE NOS LIMITES DA LITERATURA E DA PORNOGRAFIA. ESSE JOGO, PARA NÓS, É O QUE DÁ TESÃO...
Aproveitem.