sábado, 30 de janeiro de 2010

Sobre o atalha para a pornografia em Nietzsche, Bergson e Faulkner.

Mantenha a cena: como se me encarasse do teatro, sapatos de salto vermelho-sangue, ela sentada em uma cadeira. Abria e fechava as pernas, tremendo de tesão, fazendo carinha de menina, boca rubra e o biquinho do peito, ah! No teatro. Todinha. “se não abrir minha blusa, violento e carinhoso e me sugar o biquinho dos seios, por certo hei de morrer*”. Bem assim. Jaqueline. Eu e meus amigos metidos a “cult” gostávamos de ir ao teatro, de sair com gente que se achava artista, com gente que acreditava que a sociedade era coisa do nosso tipo de sangue. Pensávamos que, quando ficássemos ricos, poderíamos usar essas referências do povinho intelectual (e das pessoas que comíamos, inclusive) pra alçar a vida e incrementar nossa biografia. Teatro, cinemateca, festa fechada, festival em cada cantinho metido da cidade. Eu ia, mas era pra ver a Jaqueline recitando aqueles textos pornográficos do Dalton... “ó meu santinho meu puto meu bem-querido se você não me estuprar agora, agorinha mesmo, sem falta hei de morrer*”. Ah, Jaqueline, Jaqueline! Como eu ficava duro e louco vendo você naquele quartinho depois da peça, cheio de gente pelada, como só no teatro pode ser, convidando com o olhar qualquer movimento obsceno que ainda, ainda permanecesse num estado de cena. Tanta bundinha gostosa, meus amigos. Eu, as bundinhas, meu terno, mais gente pelada, você trepando com seu guri putinho. Jaqueline. Você ao menos, algum dia, soube quem eu era? Eu? Um dos que estacionavam a aparência naqueles palcos, lá, cercado de banalidades, passando o vinho de mão em mão, a garrafa de cerveja, o begue de boca em boca. Lembra? O carinha de terno, geralmente no canto, olho fundo, nariz proeminente. Aquele que recitava Nietzsche, Bérgson e Faulkner se achando o intelectual do lugar.
...
* O texto mencionado é de Danton Trevisan. Chama-se Cântico de Sulamita, e está publicado no livro A Gorda do Tike Bar.
Dois abraços especiais à BRANCA: O primeiro por ter me apresentado a peça de teatro cuja menininha recitava os cânticos, e o segundo por ter me presenteado com o texto em questão - na íntegra!
Abraços!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

A fita


Nessa madrugada fiquei assim....mais ‘pudica’.

E surgiu uma interrogação bem pertinente:

Qual foi o momento mais erótico que tive? (O mais erótico, não o mais sexual).

...

Lembro que foi em um réveillon. Tomei meu banho e dentre tantas opções decidi usar pela primeira vez um vestido que já estava no guarda-roupa fazia um tempo. Não tinha nenhum decote ousado ou fenda insinuante - tinha até um acabamento retrô - mas eu me senti, realmente, bonita com ele agasalhando meu corpo.

Logo nos primeiros minutos de tal ano recebi uma daquelas ligações típicas, desejando isso e aquilo. Mas, coincidentemente, minutos após desligar o aparelho, Daniel, chega ao mesmo local que eu estava.

Conversamos e seguimos adiante sem rumo, com janelas abertas e o rádio ligado. Afinal, a primeira noite do ano sempre é bem mais longa que as outras 364.

Lembro que ele me disse: “Hoje você está mais tentadora do que bonita”.

Eu gostei de ouvir. Sorri e ruborizei. (Sim, eu ruborizo bem fácil).

Não demorou muito e chegamos.

Eu não falava muita coisa, nem ele. Só ouvíamos a respiração um do outro.

Foi aí, sem palavras desnecessárias que vivi meu momento mais erótico:

Para tirar meu vestido ele me vira de costas, se ajoelha atrás de mim para ficar na altura de minha cintura e tira a fita que ajustava meu vestido com a boca. Ele também usou a boca para tirar minha calcinha, mas não foi a mesma coisa.

Ter tirado a fita com os lábios soou como fetiche.

Nunca esqueci isso.

Da transa, em si, já nem me lembro mais.

O que fiz, o que falei já me fugiu da memória.

Mas, até hoje, tenho tanta vontade de ir até a casa 431 e resgatar aquela fita.

Eles também aparecem por aqui...

Como punheta também é cultura. Aí vão alguns Deuses pra vcs aprenderem alguma coisa!!!
(kkk)
O garotinho é o mesmo em todas as fotos: Luiz Franco, pelo fotógrafo Paulo Madeira.
Já as menininhas são várias, sempre pelo fotógrafo: Pedro Gonçalves
...
Zeus ao topo do Olimpo
 
                           Cronos e a contegem do tempo            Eros contempla os humanos
  
Ares atenta sua guerra      Helios e a carruagem do Sol        Hades e o salão dos Mortos
                O desejo de Dionísio        Posseidom e profundeza       Apolo contempla seus astros
O sonho eterno de Hypnos
A sabedoria de Athena
                             Réia e fertilidade                         Artemis em plena natureza
                         Luxúria Hera                 A prisão de Perséfone        Deméter e destemor
 As ninfas
          A submissão de Hestia                           Medusa                            Duas das nove Musas
As muitas faces de Afrodite
É isso galera. Todos os links são links diretos para os autores! Enjoy!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Um menino “inho”


Toda regra tem sua exceção, né?! (Ao menos é o que diz o ditado).
Pois bem...
Confesso que já fugi de certos tipos de homem. (Sim!!! Existe ‘protótipo’ de ninfomaníaca que foge de homem). Eu sempre fugi dos ‘inhos’, ou seja, lindinhos, amorzinhos, fofinhos, gostosinhos. Mas, nessa minha exceção o adjetivo ‘inho’ veio acompanhado de um ORDINÁRIO.
Yeah....ele era lindinho, porém ORDINÁRIO, bem ordinário.
Como a maioria esmagadora dos estudantes de Educação Física ele adorava ostentar cada milímetro do corpo definido, cada palmo da barriguinha dura, das coxas torneadas e da rigidez das panturilhas. Ah, para fechar o pacote, o ser em questão tinha uma beleza toda angelical, um olho verde musgo que eu não sei de onde surgiu.
Acabei de lembrar, nesse caso, abri outra exceção: ele era baixinho – 1,73m. Também fujo de homem baixinho. Não sei explicar porque eu estava tão benevolente neste dia.
Conversa vai, conversa vem, reservei meu fim de manhã para ‘conversar’ mais de perto com Rodrigo. Afinal, era tanta putaria por MSN que deu vontade de ver se o tato era tão bom quanto o palavreado.Realmente, eu queria só ver se as bocas se encaixavam nesse dia, quiçá um deslize acidental de mãos. E resolvi marcar uma caminhadinha básica em um parque da cidade – aproveitar meu horário de almoço.
Falamos sobre coisas triviais e desnecessárias que já nem me lembro mais; só lembro-me da cara que ele fez quando eu disse que estava cansada de conversar. Acho que era o sinal que ele precisava.
De repente, ele diz: deita aqui na grama comigo, do meu lado.
Começou de um jeito bem “inho” – bonitinho – tocou de leves meus dedos, foi entrelaçando-os bem suavemente, me olhando nos olhos, um sorriso bem inocente e me beijou. Lembro que até hoje foi o único beijo que me deu uma sensação de sufocamento. Literalmente, ele queria me engolir. Gostei tanto da volúpia da língua dele.
A posição não estava muito confortável e tive que ficar em cima do corpo dele. Ressalto aqui que sempre dei livre arbítrio às minhas mãos e nesse dia não foi diferente. Não teve uma parte daquele corpo que não foi acariciado por elas; mas apenas uma região abaixo do pescoço dele mereceu a atenção de meus lábios...
Em minutos, breves minutos, sinto que ele relaxa a musculatura, suspira e goza em minha boca. Foi o único que gozou na minha boca..(Realmente, eu estava boazinha).
Mas, como meu período de boa moça tem vida curta, não fui mais ao parque na hora do almoço. Fiquei sabendo que Rodrigo, depois de quase um ano passeia por lá diariamente com uma colega de turma. Não sei se eles deitam na grama todos os dias. Não falamos sobre isso. Nas nossas madrugacionais conversas pelo MSN ele apenas se masturba, goza pra mim e repete:
"quero te comer"



quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Pêlos castanhos


Aconteceu em algum momento entre 23/24h.
Lembro-me que chegava do trabalho.
Abri o portão, atravessei a garagem e quando começava a descer as escadas vejo luzes e escuto sons repetidos - gemidos.
Tudo estava tão normal, tão igual até então. Eu vivia um sossego tão pleno.
Ouvi uma frase ótima certa vez “A melhor coisa de ter um vizinho bom é que ele mora do lado da sua casa. A pior coisa de ter um vizinho bom é que ele mora do lado da sua casa”. Foi bem aí que me perdi...
Quando fui descer os primeiros degraus da escada que separa a garagem de minha casa vi a inspiração que minha libido precisava. Inspiração desenhada em exatos 1,84m, pele clara, barba, cabelos e olhos castanhos. Aquela barba castanha tem um efeito tão devastador e avassalador sobre mim.
Desci os ditos degraus. Desci, mas desviei no meio do trajeto. Resolvi seguir os sons repetidos e me vi em frente ao muro. Lá o vi mais de perto, a menos de 2m de distância. Sua respiração era cada vez mais ofegante e compassada. Seu corpo, crescentemente, suado, a roupa cada vez mais colada ao corpo. Para meus olhos era apenas a execução de um exercício físico, mas para a vontade era apenas um prelúdio.
Não sei explicar de onde vem meu fascínio por homens rústicos. Todo o cenário e nuances rústicas me excitam. E ali, naquele momento, tudo conspirava, luxuriosamente, para meu deslize carnal. Olhei por longos minutos, sem ser vista. Tenho um lado voyeur que, volta e meia, pede passagem. Mas, neste dia, não estava tão passiva a pouco de apenas olhar sem ser vista.
Resolvi esboçar um simples oi. Não precisei mais que isso. Da mesma forma que gosto de sua aparência, gestos e atitudes rústicas, ele gosta do meu doce ar de puta inocente.
Em questão de segundos suas mãos estavam envolvendo minha cintura e levantando meu corpo do chão. Meu corpo desceu em terreno alheio. Deslizou em corpo alheio, se entrosou com boca alheia. Aquela sensação do corpo suado me prendendo, violentamente, contra o muro, da barba arranhando meu pescoço e ombros, daquela língua lubrificando cada contorno de mim era sufocante. Parecia que cada respirar daquele corpo me violentava, tamanha era a proximidade dos corpos.
Fiquei com a marca daqueles dedos em várias partes de mim. Principalmente, nas coxas - que ele segurava com uma pressão quase violenta – enquanto deslizava a língua por entre minhas pernas. Depois subia, sem falar nada e me virava de costas. Mordia minha nuca, pescoço e abria, simultaneamente, o fecho de meu sutiã e o botão de minha calça. Ele juntou minhas pernas. Primeiro, se esfregou em mim, me deixando bem molhada, depois, de súbito, me penetrou....

Um misto de dor e prazer,
jogo de sussurros.
Ainda sinto a pressão das mãos aflitas
e do encaixe no escuro

sufocado e escondido
aquele entorpecimento primitivo

em meio ao proibido
nosso enrosco

links diretos para os autores das respectivas imagens

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Um ultimato às mulheres safadas

Há um vácuo entre dois tipos de mulheres: As santas e as safadas. É no meio delas que se configuram seus sujeitos e seus indicativos de vontades (da carne e da alma). Nesse hiato elas entortam - ou mais pra um lado ou mais pra outro. Entretanto, os dois pontos são extremos de exagero. Quase toda mulher safada, por exemplo, (ou quase todas as que se acham safadas) tem um sério problema na boca - bem na parte saliente da - língua quando se acometem na literatura, na orgia, no campo das verdades. Os palavrões pra elas saem aos montes, os gestos obscenos não tem limite, a luxúria (sério) chega as vezes a assustar (na hora do sexo, na hora do cotidiano, no correr da poesia). Gritam aos borbotões um exageradamente me come cachorro fode vem caralho ai que pica gostosa me enfia no cu vou gozar seu vagabundo. Obliteram desnecessariamente a linguagem e, opinião minha, não me agradam (tanto no sexo, como na vida e na poesia). Tinha lá, por exemplo, o Nelson Rodrigues que gostava - o Jorge Amado que exagerava um pouco - o João Ubaldo que brincava com isso - e o Dalton Trevisan que, bem... melhor nem falar! Veja que na maioria dos casos há (reitero: na maioria dos casos) entre nós homens um certo pudor: um comedimento em descarregar o obsceno de um já. É como se fosse um suspiro contido. Como se segurássemos o ar e penssássemos, observássemos, descobrissemos a brecha correta antes de esbravejar uma "puta" no liceu ou colcar uma "buceta" no seu devido lugar. No segundo polo desse meu desvario sexista estão as castradas e afofadas da vida: deslizam demais a mão na pena (lua lua lua amor amor amor), repetem demais no sexo (sempre papai-mamãe sempre papai-mamãe), seguram demais nas pompas e fazem de seu ser, em proporcional medida às safadas, um estupro da linguagem ao avesso que fofo amorzinho me come quentinho papai quero bem totoso (é simplesmente desnecessário chamar seu homem de papai e ainda mais odioso falar que você quer que ele te meta TOTOSO). Toda generalização é burra, e - sim meus amigos - esse texto é burro. Mas mesmo desse jeito há qualquer coisa que fascina nesses polos. São reflexos e taras. Nem sempre coesos e condizentes com o que se deseja, mais ainda assim taras. Temos aos montes quem não viva, por exemplo, sem uma daqueles velhas e conhecidas santas-putas de nosso coritiano brasileiro: "donzela de fama, cadela na cama". Aliás, era bem sobre isso que eu queria falar no começo... Janice, minha namoradinha metade santa, metade safada. Mas acabou que no meio da conversa perdi o tezão por ela.


Onanismo através dos séculos
ATO II - Areia. Onan é certamente um dos mais conhecidos punheiteiros da história. Dizem que Deus puniu Onan porque ele tocou umazinha, mas não. Deus puniu Onan porque ele 'desperdiçou a preciosa semente'... O pecado desse sujeito, como muita gente deve saber, foi muito mais ter gozado no chão que ter apenas tocado umazinha. Pensando assim, não é religiosamente-irracional o ato se masturbar. Contanto que você não chegue aos finalmentes do caso, não tem problema. A mulher, ganha já de saída um ponto positivo nesse quisito: derrama suas sementes naturalmente todo ciclo menstrual. Masturbação a lá vonté. Mas quem acompanha esse desvario há algum tempo e leu os primeiros posts já deve ter percebidgano que, pelo menos par mim, esse chove-não-molha não é tarefa fácil. Na proxima vez que for fazer qualquer ato de fricção com seu pênis, lêmbre-se, nada de gozar na areia (guarde num potinho). Isso se você for religioso. Se não, esquece esse tal Onan...

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Sobre a juventude e A Gôndola

Toda juventude tem um gosto de infindo. Que realmente não importa. Não importa a verdade por trás do gosto, a ruga no devir dos anos - pois ela se recria. O que virá sempre será mais jovem, mais bonito, mais atraente, mais descartável. Essa é a qualidada da beleza e da sedução que existe em toda juventude. Na minha, ou nessa que encontramos no óbvio, ou na juventude de Jota. Jota. Uma letra na saída do segundo quarto do alfabeto. Bem onde o encotrei. A cortina negra se abrindo, o garotão saradinho, sem camisa, segurando as calças caídas abaixo da cintura, cinta aberta, bunda a mostra. Ria de si mesmo enquanto pedia desculpas, enquanto desequilibrava-se no corredor, enquanto tomava fôlego pra voltar a ação. Um cheiro de porra e cigarro vinha do quartinho. Eu parei, ele me encarou: da ponta do dedão do pé ao olho. Ao olho. Porque estacionou ali. Jota, prazer, ele disse num sussurro-sorriso. Abaixei a cabeça tímido. Subi as escadas voltando pra pista. Olhei pra baixo antes de perder a vista do tal do Jota. Ele mexia no pau. Bem no pau e me olhava. Voltou pro quarto. Um tal de jota. Um nome, uma letra. A juventude daquele momento, imutável nas imagens que hoje vejo em em muitos cartões postais, em qualquer figura de linguagem... Ele e mais quantos lá: se comento nas paredes sujas daquele  quarto escuro em Curitiba. Eu? Apenas fugi pro meu gim com tônica e pra minha namoradinha que se achava a bissexual da balada (aquela... que "adorava chupar buceta").



Onanismo Através dos Séculos:

ATO I - A gôndola: Quando Caio Tácito resolveu relatar o desatre infernal de Pompéia, esqueceu-se de dizer muitas coisas. Dentre elas que mulheres, ainda em cinzas, gritavam pelas ruas como se fossem estátudas em movimento. Gemiam desesperadas: umas carregando seus fihos, outras de mãos dadas aos amantes. Esqueceu também, Caio Tácito, de dizer que dezenas de homens, enquanto queimavam vivos, se jogavam no mar e queimavam o mar junto com eles, fazendo uma labareda indistinguível de água e fogo. Não relatou também, Caio Tácito, que envolvido em sua própria luxúria e admiração pela beleza da morte e da tragédia (uma heraça grega, mas sabiamente encravada nos romanos), esqueceu de si próprio perdido na gôndola que fugia de pompéia. Na gôndola que se afastava pelo mar Tirreno, empurrada pelas ondas e ventos que vinham das cinzas. Esqueceu-se por último, Caio Tácito em seu auto-contetamento, que por dias e dias dormiu excitado, membro rijo, e acordou extenuado de suas poluções noturnas, seguidas, consecutivas, brutas, numa comoção mista de selvageria animalesca e gozo de seus muitos outros amanhãs.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Caindo no samba!

Ela exagera. Ah eu sei que exagera. Pensa, pensa, que me tem na mão. E acho até mesmo que tem. Há alguma cosia que transborda nesse ser que é Luiza. Luiza... A paixão aguçada do semblante: bambeia as pernas, desatina o corpo naquela olhada ligeira, o sorrigo escorrendo pelo lábio - de ladinho (que é mais gostoso) [risos, milhares deles]. É um samba de jazz nas cordas de um piano rouco, Luiza... Esse nome, essa moção pública de arresto de mim... Falo demais né? Ah, que se foda. Leia as entre-linhas e você se acha. Não é tão difícil. Luiza é sua primeira namorada, sua mais nova paixão, sua amante furtiva atrás da escada, sua comoção ao abrir de pernas, ao fechar de coxas, ao prender do sexo. Poderia ser qualquer outro nome. Pra mim, hoje, é Luiza. O seu é um Carlos? Ou uma Milena? ou os dois ao mesmo tempo? [risos, milhares deles]... É simplesmente desse jeito que Luiza me deixa: bobo entre meus sambas, cúmplice do mais simples sabiá. Pernas bambas, 'sem sabê dançá'!


A empreitada recomeça com outros dotes... É como diria um sujeito que conheci num bar: o círculo só se finda quando chega nele mesmo, é um circulo, oras! Agora parto para um celibato de abstnências, talvez por causa de Luiza. Talvez não. Quero passar o máximo de tempo sem me masturbar. O guia do masturbador compulsivo continua. É um guia que exige experimentos, técnica, táticas, controles, provas, medidas, cuidados respeitosamente científicos. Minha meta não sei se durará. Meu pensamento, nem sempre muito forte, arremessa longe esses deveres... Mas deixe! Tenho a conquista na ponta dos dedos e a flauta a ser tocada na palma das mãos. É a sina de quem gosta, aproveita, expande, experimenta seus próprios sabores.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Alyssia


Alyssia tomou meu último sustento: a fé. Me agarrei em Alyssia pra salvar qualquer fiapo de bom moço que eu ainda carregava comigo. Sempre é assim, eu sei, não tem jeito. Encontrei-a num pub em São Paulo. Nem me dava bola. Eu, cara de bobo, ela, toda mulherão. A imagem de Alyssa é pra mim uma lilith; mas ela, ela mesma, é uma pura menina. "como chama? - pode chamar hei você"... "tem telefone? - sim, sansung preto, modelo tal"... "bebe alguma coisa? - é claro docinho (me chamou de docinho) bebo água todo dia"..."pq.p! Tá a fim de dançar, pelo menos? - achei que nunca ia perguntar" disse ela, por fim. Pelo mal da minha última serenidade! Foi uma dança, um beijo, um tchau e um número de telefone apressado. Liguei. No outro dia já passávamos a tarde inteira juntos. A fé me atirou pra Alyssia. A fé de que desse qualquer coisa certo. A fé de que eu amasse Alyssia. A fé de ter em Alyssia a presença perene de um conjunto de pessoas que eu havia perdido no tempo - e certamente misturado na memória. Hipocrisia minha, não? Eu sei. Era uma busca: a língua de Alsyssia era Katiuchia, o toque de Alyssia era Cheila, a segurança de Alyssia era Rachel, a serenidade que tive com Alyssia era de Eneide (sim), a voracidade e o colo (tão estranhamente o colo) de Alyssia eram Carmella. Até as máscaras e disfarces de Marco, que talvez tenha sido o foco pontual daquela minha paixão, eu via encenadas no rosto de Alyssia. Montei uma quimera milímetros acima da pele daquela mulher, menina. Disse antes que Alyssia havia me tomado algo não disse? Mas eu levei muito mais coisas dela quando, numa tardezinha mequetrefe, falei sereno "não te quero mais". Foi uma troca. Nada justa com ela. O que é um pingo de fé, afinal?


Você notou que o único título que começa com o nome de um personagem foi o desse post? Alyssia. Eu devo muito a ela, como outras e outros devem a mim. Nem sempre é justa essa jogatina dos egos, dos gostos e dos sexos. Risco (de verbo e traço) sim. Não tenho nada de útil a acrescentar ao cotidiano frenético de Onan, que aqui venho descrevendo. Minha última aventura de auto-satisfações foi tão frouxa como qualquer transa com putas baratas. Acho que o climax contínuo me extirpou uma grante parte do prazer que tinha em mim (voltado para mim). Preciso me distanciar, esquecer o tato um pouco...


ps: todas as fotos foram retiradas do domínio deviantart digitandos-e "couple" na categoria "artistic-nude".

sábado, 16 de janeiro de 2010

Sexo residual

O que mantém a sede? A água é uma ilusão, não sem o gosto da vida, talvez ela seja a fonte. O instante e a pertinência da vida. A sede é consequência. Como Carmella. Que mesmo depois de saciada, deixava resíduos... Carmela tinha sede: densa, superficial, doce, salina. Talvez por isso eu tenha desistido dela. Pela saciedade que me orgulhava de possuir. Eu: são e coeso demais para os moldes daquela mulher... Carmella me sugava até o bagaço! Certa feita saímos à noite. Comemos num restaurante caro do centro e bebemos vinho como nunca. Adorávamos vinho. Em casa ela queria mais. Não apenas sexo. Adianta constar aqui? Não. Seria muita petulância. Saiba que nessa noite Carmella pediu mais vinho. Peguei. Me seguia sedenta enquanto eu andava nu pela sala, pelo quarto.  Sugava-me já pelos olhos. Ao voltar, quando menos percebi, Carmella já me tirava sangue. Arranhava, mordia, lambia, depois passava o dedo nos cortes, lambia de novo, molhava o vinho e afundava a ferida. Me trocou duas veses "porque queria mais". Em uma delas, pelo ex-namorado. Entendi a fraquesa da carne, afinal, ela precisava confirmar se me amava (ce acredita que eu caí nessa?). Pois bem: voltamos. Dalí um tempo me trocou por uma amiga lésbica. Não durou dois meses! "é gostoso, mas cansei de chupar buceta" ela disse quando reatamos nossa coisa (não era um relacionamento - era uma coisa). Por um ano e meio Carmella me sugou, chupou meu sumo, minha carne, minhas pequenas parcelas de alma. Carmella. Até hoje, quando estou meio bêbado de vinho, toco umazinha pra você. Sabia disso?

Depois da minha incursão nessa arte tênue que é manter-se excitado constantemente, percebo o quão levianos são nossos pensamentos. Mas não no sentído poluído que essa palavra tem, mas sim em sua forma pura e discreta - infantil. Talvez seja assim devido a história de um mundo castrado, ainda mal superando de sua abstinência medieval, vitoriana. Há um grande colapso cognitivo que nos impede de julgar o sexo, e suas variávies (como a masturbação) como um ato corriqueiro, despretencioso, ordinário, ou mesmo animalesco - como um cachorro, por exempo! Pousamos nele, no sexo, toda uma técnica, uma retórica, um pudor exagerado que é extrínseco. Talvez um ser do ser. Como alter-sexo que se aloja em nossos inconcientes enquanto coletividade (pelo menos do mundinho capitalista, moderno, ocidental, de consumo - que é a que eu vivo)...
Rumo... A novas incursões!
...
ps: se eu ainda possuisse alguma das foto des Carmella, juro não tenho nenhuma, mostraria a vocês. Entretanto essa que encontrei na internet parece-se muito com ela - em seus modos, caras, poses...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Guerra de espadas

Marco. Nunca havia comido um cú sequer, nem de mulher e fui comer logo a bunda do Marco. Marco era o macho em pessoa. Tinha minha idade, estudávamos no mesmo curso da faculdade, entramos no mesmo ano, aliás. Eu numa sala, ele na outra. Zoava muito, fazia folia, mas nunca pegava ninguém. Faculdade pública, festa, bebidas, viagens. Em uma delas (pra Porto Alegre) foi que o comi. Cabelo preto curtinho (estilo militar), gostosinho e sardento. Não era lindo mas era assediado. Incrível como a maioria das mulheres tem uma tara, ou melhor, um imã que as leva diretamente para os gays. Todas queriam o Marco. Bem feito, eu que comi! Voltando de um boteco, ônibus pago pela universidade, pouca gente, nos sentamos atrás, nos últimos bancos. Marco sabia ser discreto (afinal era macho) e nem tentou me dar a bunda lá. Só me atentou. Acariciava, me passava a mão. "safadinho ele" pensei... Naquela hora simplesmente o recebi, talvez por isso se animou tanto. Tenho lá meus preconceitos, claro, mas não saí chamando o sujeito de bichinha (muito menos disse "venha cá meu nego"), e até soube guardar bem o segredinho do garoto - pelo menos ali, na faculdade. No alojamento, no banheiro, fez questão de me chupar. Uma chupada, como direi, muito inteligente. Descobri que gay é bom nisso. Depois foi começão de bunda e gozo. Sim, sim. Muito gostosa a bunda do Marco. No começo a gente estranha aquele pinto pendurado no meio das pernas, depois acostuma...


Que se foda toda teoria clássica dos prazeres! Gozei! Havia mais de uma possibilidade pro final fatídico de minha empreitada rumo à masturbação perfeita. O controle de nossas vontades, constato em pele, não é algo assim tão fácil. Deixe lá, por enquanto, no mundo das idéias. Aqui não me aguentei. Poderia ter ligado pra minha ex. Sempre faço isso quando preciso transar. Poderia ter ido pra zona. Eu não aguentava mais, oras! Por que não? Mas seria muita hipocrisia da minha parte não fazer do clímax da minha auto-esperiência-individual uma bela de uma punheta. Pois bem. Foi agora há pouco. Não sei porque me lembrei do Marco e seu pau cambaleante nessa punheta. Talves porque apenas um homem consiga coneber ou visualizar a verdadeira sensação e a verdadeira estética do ato da masturbação masculina. É certo que algumas mulheres já me tocaram punhetas memoráveis, mas é diferente. A mulher tem um quê de cuidado, uma leveza nata... Homem quando se masturba é bronco. É estúpido com o próprio pinto. Talvez por isso tenha lembrado de Marco e seu pau, Platão, Sócrates, e até aquela bicha louca de nome Alcebíades.

...

Qualquer coisa que se encontre aqui é pornográfica. Mas apenas no ponto de transição onde nos encontramos. Tome o que valha nesse desafortunado ócio das auto-satisfações compulsivas.

- Nunca à pedofilia.
- Sexo sempre com segurança.

- Não a qualquer tipo de discriminação e preconceitos.

SEMPRE NOS LIMITES DA LITERATURA E DA PORNOGRAFIA. ESSE JOGO, PARA NÓS, É O QUE DÁ TESÃO...
Aproveitem.