sábado, 16 de janeiro de 2010

Sexo residual

O que mantém a sede? A água é uma ilusão, não sem o gosto da vida, talvez ela seja a fonte. O instante e a pertinência da vida. A sede é consequência. Como Carmella. Que mesmo depois de saciada, deixava resíduos... Carmela tinha sede: densa, superficial, doce, salina. Talvez por isso eu tenha desistido dela. Pela saciedade que me orgulhava de possuir. Eu: são e coeso demais para os moldes daquela mulher... Carmella me sugava até o bagaço! Certa feita saímos à noite. Comemos num restaurante caro do centro e bebemos vinho como nunca. Adorávamos vinho. Em casa ela queria mais. Não apenas sexo. Adianta constar aqui? Não. Seria muita petulância. Saiba que nessa noite Carmella pediu mais vinho. Peguei. Me seguia sedenta enquanto eu andava nu pela sala, pelo quarto.  Sugava-me já pelos olhos. Ao voltar, quando menos percebi, Carmella já me tirava sangue. Arranhava, mordia, lambia, depois passava o dedo nos cortes, lambia de novo, molhava o vinho e afundava a ferida. Me trocou duas veses "porque queria mais". Em uma delas, pelo ex-namorado. Entendi a fraquesa da carne, afinal, ela precisava confirmar se me amava (ce acredita que eu caí nessa?). Pois bem: voltamos. Dalí um tempo me trocou por uma amiga lésbica. Não durou dois meses! "é gostoso, mas cansei de chupar buceta" ela disse quando reatamos nossa coisa (não era um relacionamento - era uma coisa). Por um ano e meio Carmella me sugou, chupou meu sumo, minha carne, minhas pequenas parcelas de alma. Carmella. Até hoje, quando estou meio bêbado de vinho, toco umazinha pra você. Sabia disso?

Depois da minha incursão nessa arte tênue que é manter-se excitado constantemente, percebo o quão levianos são nossos pensamentos. Mas não no sentído poluído que essa palavra tem, mas sim em sua forma pura e discreta - infantil. Talvez seja assim devido a história de um mundo castrado, ainda mal superando de sua abstinência medieval, vitoriana. Há um grande colapso cognitivo que nos impede de julgar o sexo, e suas variávies (como a masturbação) como um ato corriqueiro, despretencioso, ordinário, ou mesmo animalesco - como um cachorro, por exempo! Pousamos nele, no sexo, toda uma técnica, uma retórica, um pudor exagerado que é extrínseco. Talvez um ser do ser. Como alter-sexo que se aloja em nossos inconcientes enquanto coletividade (pelo menos do mundinho capitalista, moderno, ocidental, de consumo - que é a que eu vivo)...
Rumo... A novas incursões!
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ps: se eu ainda possuisse alguma das foto des Carmella, juro não tenho nenhuma, mostraria a vocês. Entretanto essa que encontrei na internet parece-se muito com ela - em seus modos, caras, poses...

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- Não a qualquer tipo de discriminação e preconceitos.

SEMPRE NOS LIMITES DA LITERATURA E DA PORNOGRAFIA. ESSE JOGO, PARA NÓS, É O QUE DÁ TESÃO...
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