domingo, 30 de maio de 2010

Velozes e sem nenhuma fúria

Hoje gozei rápido.
...
Telefone:
alô
tá onde?
aqui perto, c sabe...
quer que eu vá?
aham
venha então.
...
Oi e já tira a roupa.
Lambe, chupa
que língua gostosa
Lambe, enfia o dedo
isso
vira a bundinha
(imprudência sem limites)
sem capa?
Foi
entrou
saiu
cuspiu
entrou melhor
gozei fora, não se preocupa.
quero mais
Chupa, lambe, chupa
aperta a cabeça contra as coxas.
Gemidos
...
Vou te ver outra vez?
Não sei.
Beijos
é coisa de pele, olha.
A pele dela arrepiada
É... Mas agora abre a porta que tenho que ir.
.

.
Há tempos não comento minhas fodas. Essa foi uma das piores, mas das mais esclarecedoras pra mim. Porque fiz isso? Pensava que era pra rebater! Não podia ser deixado pra trás. Idiotas são sempre os pensamentos. Fui, gozei, curti, mas não senti o gosto do tapa que deveria ter dado ao meu espírito empobrecido de rancor. Foda-se, novamente. Correndo atrás? Foda-se novamente. Fui, gozei, curti, aprendi que deveria ter feito aquilo para aprender como fazer certo da próxima vez. Aí então, a réplica vai ter um outro gosto...

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Corpore

Sempre me questiono sobre as representações da beleza dos corpos, dos seres em sua lisura mais superficial (aquilo que lhes dá permanência). Para cada um um ponto diferente, às vezes divergente, mas a argamassa, o cerne, se constrói removendo as beiradas e deixando quase sempre os mesmos signos e representações. Que se foda. O que é bonito é pra se mostrar:

Todas as fotos fora retiradas do domínio: DeviantArt e são links diretos para seus autores.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Steps

Agora havia desistido.
Trinta segundos antes disse que escreveria a putaria do século.
Dois minutos antes gozou fartamente pra um amigo na webcam.
Treze horas antes, dormiu na casa de alguém que acredita estar apaixonado.
Um dia e meio antes, teve um final de semana a sexo e mato.
Quatro dias antes escreveu um conto erótico sobre sua última aventura.
Cinco dias antes comeu um menino que, por Deus, tinha cara de menor de idade mas não era.
Uma semana antes mudou-se para o centro da cidade, pensando em tudo que faria.
Seis semanas antes decidiu voltar para o Brazil.
Cinco meses antes resolveu que, de qualquer maneira, faria suas vontades, mesmo que longe de todos.
Um ano antes decidiu que não aguentava se esconder.
Uma ano e meio antes se separou da namorada.
Três anos antes foi pego pelas visitas se masturbando na sala de estar.
Quatro anos e sete meses antes teve sua primeira felação debaixo da escadaria de um dos camous da UFSC.
Seis anos antes ainda era virgem.
Quinze anos antes cantava músicas sertanejas, se esfregava com as primas e seu pênis endurecia feito ferro.
Vinte e dois anos antes, creio que contentava-se com o seio da mãe
Vinte e três anos, quatro meses, dois dias, seis horas e alguns minutos antes nascia alguém que nunca conseguiu escrever a putaria do século.

sábado, 8 de maio de 2010

Sobre o acaso das responsabilidades

Hoje ele viu aquela caixinha de leite condensado e pensou: nossa como sou idiota.
É incrível sua capacidade de projetar, alimentar, recorrer na idéia determinadas cenas bobas e achar que isso, mesmo sendo totalmente irrisório, dará um sentido a certo movimento seu. Escovou os dentes, arrumou a mala, planejou tudo na cabeça, ia saindo, lembrou: a caixinha de leite condensado, voltou, pegou e foi-se.
Quanta porção de imbecilidade não há de existir pra se pensar: chegarei lá, diremos como sempre nossas costumeiras palavras de carinho, depois quereremos um ao outro – algo além do amor –  na verdade que se espera: sexo e a exultação do prazer de estar junto; e então usarei a caixinha, como uma surpresa, boba sim, porém surpresa! Mas não, o que se viu foi uma grande porção de gestos amorosos, um grande momento de sublimação e uma negação pálida do ato: como se gostar bastasse. Voltou pra casa, deitou as coisas sobre a estante e pensou enquanto recolocava tudo ao seu lugar original (menos a entranha): quanta responsabilidade hein, pra uma simples caixinha de leite condensado...

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Subjugado

Eu era; e isso bastava.
Antes minha pele acinzentada escorria de leve e deixava vazar uma cor ou outra nas penas do pavão que em mim vivia. Atiçava a curiosidade alheia e vingava em meu poder a direção que dava ao outro: encoste aqui, levante mais a bunda, abra bem esse cuzinho, me chupe, agora.
Eu existia; como se meus julgamentos não falhassem nunca, e submetia ao meu controle a posse: segurando teu quadril, socando forte tua entranha, te lambendo o grelho molhado.
Antes eu desejava em fogo e hoje meu ego murcha frente ao panteão dessa jovialidade: me negando ser o único, doando-se para tantos putos, dizendo que, mesmo comigo, sente tesão pelo mundo alheio.
Eu vivia; agora dependo.
Uma pequena morte
querer assim.

Fotos por Yaryshev Evgeny

terça-feira, 4 de maio de 2010

Quinta Esfera

Não foi um aceno de cheiros ou gosto, como geralmente ocorre. Haveria algo na pele, incrustada, mas não era isso. Quando Alessandra veio passar a noite aqui em casa foi como se um aceno do tempo estivesse me delineando imortal. Às vezes dizem que o tempo dá, como as dimensões conhecidas, o toque sutil da existência, dando ao ser humano uma velocidade (quase imóvel) que se dedica incessantemente a fazer-nos vivos. Alessandra deixou-se levar pela conversa, pelos apelidos, pelos novelos de nossa vida juntos. Nunca havíamos trepado. Não antes daquela noite. Ela adormeceu na cama ao lado da minha, como sempre bons amigos, mas sugava-me num acalanto distinto. Eu nunca havia percebido como aquele pequeno ronco vazando de sua boca cansada era gostoso de se ouvir. Levantei-me, sentei ao seu lado (o pênis já rijo sem saber ainda o porquê) e comecei a tocá-la. Primeiro na face, sobrancelhas,  lábios. Alessandra balbuciou qualquer coisa em sonho. Assustei-me, mas continuei, ah, o tempo da minha mão deslizando pelo pescoço e por sobre seu ombro nu; depois arrisquei um leve roçar no seio sob a camisola até deparar-me com um rosto semi-acordado, passivo. Beijei-a de leve e deitei ao seu lado. Achei que ficaríamos assim o resto da daquele vida (noite): olhos fixos numa distância que parecia perfurar os crânios e percorrer a mais fina de nossas camadas. "Porque nunca?" ela perguntou. Não dei resposta, desci a cabeça nas cobertas e comecei a chupar. Ah, que buceta! Existe coisa melhor? O depois desimporta. Foi assim que Alessandra me construiu enquanto tempo.

sábado, 1 de maio de 2010

15 e 10

"...vai rápido"?
"Ah, eu não resisto..."
"Caralho, que gostoso!"
De doze minutos e meio. O início lapidando o falo, dando forma com a boca, deixando enrijecer entre os lábios ou no fundo da língua. Doze minutos e meio.
"Mor, eu tenho que trabalhar..."
"...você não quer me comer rapidinho?"
"Será?, mas onde?"
"Pode ser no banheiro..."
Devolve o pau à cueca, banheiro, dez minutos e um quarto. Entram, abaixam as calças (ambos). Mãos na parede, quadris colados.
"Abre pra mim, vai, que rabo gostoso!"
Devagar, leve, começa macio, sereno, depois forte. Sete minutos e um sexto.
"Caralho! vou gozar..."
"Isso, goza"
Interjeição de Prazer contínuo (aproximadamente 15 segundos). "Deixa aí que vou gozar também..." Nova interjeição (aproximadamente 10 segundos). Três minutos e três quartos. Papel higiênico.
"Será que dá tempo de um banho?"
"Não sei não..."
Dois minutos.
"Acho que vou pegar um lanche e só"
"Vai..."
Um minuto.
"Tchau, amor"
Beijo. Lábios tocando leve como se quisessem pertencer um ao outro. Um terço de minuto.
"Tchau"
Um quarto.
Um sexto.
Um sexo
"..."

Gael.

...

Qualquer coisa que se encontre aqui é pornográfica. Mas apenas no ponto de transição onde nos encontramos. Tome o que valha nesse desafortunado ócio das auto-satisfações compulsivas.

- Nunca à pedofilia.
- Sexo sempre com segurança.

- Não a qualquer tipo de discriminação e preconceitos.

SEMPRE NOS LIMITES DA LITERATURA E DA PORNOGRAFIA. ESSE JOGO, PARA NÓS, É O QUE DÁ TESÃO...
Aproveitem.