sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

De Alyssia

Eis a resposta que deveria ter surgido, que deveria ter sido cuspida das entranhas há exatos três anos. Fullgás, colo,pele, boca, sexo, o 'estar e nunca estar' - tudo que eu não lembro, não guardo, não recordo. Ou será que minto e cada língua que me toca traz esse relicário à tona? É o cheiro de sabão em pó e suor que você tem. É essa mão tão grande e ao mesmo tempo tão frouxa. É esse tempo que me foi roubado. (Outro alguém me levou a esperança, já você me levou o tempo). Eu tinha perdido essa mania de cheiros. Nunca fui refém do olfato e suas possíveis artimanhas. Mas, é intrigante a forma como ainda te sinto nas roupas e contornos de outréns. Até na fila do pão me veio você - vê se pode. Três anos! Eita tempo, corre tempo, foge tempo. Já não lembro o teu lado favorito da cama, nem a posição que seu corpo melhor se aconchegava para dormir, muito menos as coisas que me dizia após nossos corpos voltarem a ser dois - depois dos sintonizados e sincronizados movimentos ora horizontais, ora verticais, ora diagonais, ora geométricos, ora quase que expressionistas. Pois é. Já te encontrei em tanto sorriso, em tanto olhar indecisivo, em tanta mesa de esquina, mas nunca vi outros em você: a verdade inconveniente e sempre tão dolorosa sempre foi só sua, a intensidade sufocada e desfocada sempre te pertenceu de forma tão nominal, a posse que você tinha sobre mim também - sempre foi só sua (sempre foi só de você, se assim quiser). Pena que você não soube o que fazer com esse sopro de fé. E de que adiantaria?? Também não sei lidar com o tempo - assim mesmo: verbo no presente. Te prometo o degrau, o degrau mais alto. Junto com ele um tombo de escada.



Este estupendo texto é de minha querida amiga BRANCA
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Abraços e beijos a você.

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