Eu não sei ser passiva, submissa. Não sei ser deflorada, eu não sei virar de bunda e arregaçar de quatro, não sei beijar, de costas, na boca depravada dessa porra que chama paixão. Eu não sei gritar “me coma”, não sei dizer me estupre; eu não sei fazer carinho, viradinho com o quadril empinado, feito puta, e me ver, ali, entregue, da buça ao rabo, nas mãos dessa porra que chamam paixão.
Por isso, ás vezes perco o prumo, não me arrumo, deixo o queixo caído, não me ligo quando ele diz, na base da orelha, ofegando, suando: “vem cá minha nega, hoje te pego de jeito, te faço, te traço, te arregaço o cuzinho, assim gostoso, te como, te passo... como se você pudesse escolher? Há, menina, eu faço!”
É assim que, nas mãos dele, eu vou, fico toda puntinha, quietinha. Quem dera, quem dera, eu tivesse aprendido na escola de um tempo, e podido ter dado atenção e alento... e ser submissa. Agora... é assim que sou.
Foto por Lidiane C - Dia Nublado
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Desculpem a todas e todos pelo "descaso" do nosso blog. Estamos, eu e a Branca, cheios de trabalhos e eventos. Está rolando um grande festival de teatro em Curitiba. Tiramos nosso fim de semana pra dar uma passadinha lá, por isso o blog anda um tanto às moscas. Gostaríamos de nos desculpar também com nossos amigos-parceiros, se deixamos de comparecer e comentar em vosso blog (vosso blog é muito chique!).
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Fica então um pequeno conto para vocês como forma de agradecimento e promessas de um futuro bom (cheio de putaria e literatura).
eu não sei ser muita coisa, mas na hora não precisa, só me entrego e pronto.
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