Não vejo no sexo a origem necessária das vontades, nem a epifania última do amor. Mas ali, eu era algo além: um cúmplice dos entendimentos de um relacionamento maduro, morno, resistente. A dose de perenidade, dada como o ciclo da grande onda que trás da ressaca a calmaria, remete a um sentimento que não é puro, nem belo, nem melhor, nem pior... é apenas seguro. Saber que lá se poderá pousar o barco e, mesmo sem a fúria passional das tormentas, se extrair o gosto bom que é ter um lugar para estacionar.
Eu, ela, nossas coxas batidas, o cabelo molhado, sua canseira de atos, minha agilidade experiente, a barba rarefeita, o seio de bico duro, o curto espaço de tempo de meu gozo e a satisfação dela em satisfazer-me. Nesse sexo resido meu mais puro flerte fetichista: ter nos braços aquele que se ama, bastar-se com essa crueza. É um engodo, disse-me uma vez uma das minhas namoradas. Será?
coisas q só o tempo e a cumplicidade trazem...
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