terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Casanova


Uma biografia de muitas páginas. Pelas suas contas 10 mil. E para cada página, uma mulher:

“Ao contrário do que pensam, não sou eu que as seduzo, sou seduzido.
Não prometo nada, além de um momento que valha a eternidade.
Em cada rosto, olhar, toque e curva uma sensação diferente. Em cada ato uma peculiaridade. Em cada suspiro um lapso de eterno”.

Eu conheci um Casanova.
Ouvia falar. Homens e mulheres clamavam sua virilidade, sua exímia habilidade e desenvoltura sexual. Suas histórias chegaram a mim pela primeira vez quando estava terminando o ensino médio – antigo colegial.
Tais histórias não me prendiam a atenção. Até me causavam espanto. Não queria pensar na junção de sexo, prazer e de coisas que eu desconhecia. Mas, tudo foi se desenvolvendo como um círculo luxurioso e eu estava cercada por este círculo.
Em meio a passos vagos, cheguei ao ponto que, sem saber, iria virar rotina nos próximos dias, meses e anos. Até então, não sabia que novas emoções o lugar iria reservar.
Ele estava na janela.
Aconteceu um monólogo sem importância ou intenções. No momento ele olhava para uma parte do centro da cidade. Fumava. Era Casanova.
Eu com minha vitalidade escondida e minha insensatez desconhecida observava. Seu hálito que continha o ilícito me envolvia de forma surpreendente.
A primeira parte do corpo de Casanova que olhei com atenção foi sua mão sem calos, grandes e macias. Só depois percebi como minha fragilidade física ficava evidente perto de seu 1,90m.
Ali, no terceiro andar, no apartamento 32 da Dr. M. tudo acontecia de acordo com os pensamentos e vontades. Obedecendo o caminhar das mãos, do deslizar dos dedos e lábios.
Eu quis saber o que todas as outras mulheres sentiam quando ele as tratava com violência e carinho, o que elas sentiam quando ele as penetrava, eu quis saber quem era ele.
Ele demonstrava querer adivinhar o que as roupas escondiam. E depois delas, desejou cada detalhe do meu corpo. Era um olhar de admiração, deleite. Nesse momento eu percebi porque ele tinha em sua biografia infinitas mulheres.
Depois do olhar, o toque. Misturava carícia e violência, vontade e cuidado. E foi, justamente, assim que me penetrou pela primeira vez.
Depois de percorrer cada centímetro de mim, ele me colocou de bruços, segurou meus cabelos, me masturbou, mordeu várias vezes meu pescoço e me penetrou.
Lembro que segurei forte o lençol e abafei meu grito no travesseiro.
Nos conhecemos assim.
Menos de 24h depois, eu, novamente, estava no apartamento 32. A partir daí, os carinhos ficaram mais amenos, a intensidade ficou mais explícita. Ele já sussurrava:
“Fica de quatro pra mim, se esfrega no meu caralho”. Quase tive um orgasmo ao ouvi-las pela primeira vez.
Anos depois, continuamos nos encontrando, esporadicamente.
Hoje, sempre conversamos depois do sexo. Falamos sobre suas mulheres. Em cada noite falamos da peculiaridade de uma.
Ao amanhecer, Casanova se deixa seduzir por outras novas mulheres.
Quando anoitece, continua sussurrando pra mim:
“Vem”!
Fotos por Autonoie

3 comentários:

  1. Que blog em?
    Textos fantásticos.
    Bem escritos até demais.
    Fotos ótimas.
    Desculpe a sinceridade, mas vc conseguiu me excitar.
    www.medeirosalencar.blogspot.com

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  2. Muito bom o texto.
    Ate me senti na pele de Casanova.
    hehehe

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  3. Só posso dizer: Parabéns senhorita Branca. Esse relato tá 1000!

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