segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A história de um cadelão...

Quando eu e Lidiane terminamos não foram renegadas as culpas dos dois. Nenhum ocaso é desculpa. E usualmente, como faço com minhas mulheres, continuei a desfrutar da beleza que me agradava de Lidiane. Chamava-a para cafés e fazia-a dançar por meus reflexos, percorria as ruas zelando pela sua beleza, mas sempre distante. Sabe? Aquela distância da posse que dá poder aos homens. Um verdadeiro cadelão. Eu-Ele: que toda mulher demora a desamar: que expulsa e depois cuida: que descarta e depois escuta, que se nega e depois dispõe de tal maneira as palavras ao ponto de fazer qualquer um pensar que isso ainda é amor. Mas há... (vejam bem meus amigos), há um pensamento maior nessa minha cafajestagem toda: a do livre desconhecimento quando Lidiane torna e fala: eu não suporto mais isso, e quando eu respondo: mas você sabia. É uma dor funda a realidade das duas partes: eu e minhas cadelagens, Lidiane e suas omissões. E isso é o que a faz me odiar ainda mais profundamente: ao ponto de ela me querer longe, de ela dizer que qualquer coisa em sua vida deverá mudar pelos signos de minha cafajestagem! Será que Lidiane não percebe? Que  assim só faz provar mais e mais, que posso seduzi-la novamente, que posso quebrar-lhe os ossos novamente, que, desse jeito, seu destino é irrelutavelmente o ócio das minhas vontades...?
Essa carta fiz pra alertar Lidiane: alertá-la sobre meus veios sujos e suas ternuras hipócritas. Espero que ela entenda. Mas é um risco. Sempre é. Porque me jogo a duas hipóteses que se complementam: a de ela me odiar pelo resto dos anos, fazendo provar minha teoria de que fui eu quem a moveu a esse ato; e a de ela decidir que eu mesmo não importo, deixando correr nossas conversas, passeios e danças (o que configuraria  a permanência promíscua desse jogo de desculpas e cadelagens).

Um comentário:

...

Qualquer coisa que se encontre aqui é pornográfica. Mas apenas no ponto de transição onde nos encontramos. Tome o que valha nesse desafortunado ócio das auto-satisfações compulsivas.

- Nunca à pedofilia.
- Sexo sempre com segurança.

- Não a qualquer tipo de discriminação e preconceitos.

SEMPRE NOS LIMITES DA LITERATURA E DA PORNOGRAFIA. ESSE JOGO, PARA NÓS, É O QUE DÁ TESÃO...
Aproveitem.